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incluircomtic.blogs.sapo.pt

Um espaço destinado a discutir assuntos relacionados com tic e nee

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As TIC e a Inclusão

O desenvolvimento desenfreado das tecnologias, assim como o aparecimento de hardwares e softwares acessíveis e aliciantes proporcionaram um processo de ensino /aprendizagem mais ativo. As TIC favorecem o processo de globalização na sociedade e na escola, mas, na realidade só por si não bastam! Não conseguem resolver e concretizar os ideais de uma escola que se pretende global, multicultural e para todos.

Refletindo sobre o papel das TIC na educação de “todos e para todos” considero-as ferramentas transversais a todas as áreas do conhecimento que, em processo dinâmico e contínuo, visam edificar uma escola inclusiva e a qualidade do ensino especial.

As TIC são veículos facilitadores, conjuntamente com outros recursos, (humanos e materiais), são estratégias de intervenção/ação que almejam a função ativa do desenvolvimento. Permitem a informatização dos currículos baseados quer, no modelo ecológico quer, no modelo desenvolvimentista, e ainda, de planos educativos individualizados que favorecem o processo de ensino/aprendizagem de crianças/ jovens traçados de acordo com o seu perfil de funcionalidade.

Possuem um papel importante de caráter preventivo /habilitativo e reabilitativo. Ajudam a criança a ultrapassar situações que pareciam irreversíveis, permitem o desenvolvimento da autonomia dos alunos com handicaps, assim como a sustentação e desenvolvimento de interesses, sempre crescentes, no caso de alunos sobredotados. Facilitam, ainda, a inclusão dos alunos pertencentes a culturas minoritárias. As TIC porque lhes é inerente uma linguagem universal /global, conjuntamente com outras áreas, são uma mais-valia na preparação dos alunos para o uso mais amplo das suas capacidades, visando o amanhã [x-apple-data-detectors://0] vivido com dignidade e igualdade de oportunidades. Acredito que, as TIC ajudam a otimizar a escola que se pretende ”inclusiva”, conferindo mais qualidade à educação especial.

Mariana Costa; nº 34624

O contributo das TIC

No momento atual parece estar a encaminhar-se para um movimento de inclusão digital, ultrapassando anteriores interrogações sobre eventuais benefícios da utilização das TIC, como ferramentas indispensáveis ao desenvolvimento das aprendizagens e à inclusão de alunos com necessidades educativas especiais. Cada vez mais há certezas face à importância das TIC no contexto educativo e de acordo com Becta (2003), “Assim é realçado que a tecnologia pode ajudar o aluno com deficiência a ultrapassar muitas das suas dificuldades de comunicação, acedendo a um currículo mais vasto e participando nas atividades da sala de aula. A existência de soluções TIC adequadas pode ser a única oportunidade que estes alunos têm de participar na sociedade e desenvolver todo o seu potencial.”

Helena Cavaco nº 2992

Inclusao digital

Inclusão Digital pode ser considerada como democratização das tecnologias. Esse assunto tem sido muito repercutido no Brasil pelas dificuldades encontradas para a implantação. Incluir uma pessoa digitalmente não apenas "alfabetizá-la" em informática, mas sim fazer com que o conhecimento adquirido por ela sobre a informática seja útil para melhorar seu quadro social. Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço menor não é, definitivamente, inclusão digital.

Em Portugal haverá inclusão digital? Deixo esta reflexão e Considero lamentável a redução do número de horas nos currículos das Tic ....

Rodrigo Lopes

Tecnologias e Alunos com Necessidades Especiais - invisuais

No mundo «l ouco» em que vivemos , onde mal podemos respirar e olhar o próximo , e onde tudo o que se faz está mecanizado emerge um manancial de informação, através das t ecnologias de informação e comunicação; abre-se o mundo no nosso quarto , na nossa escola e na nossa Vi da. Aproveitar e tirar bom partido de tudo é romper o escuro e fazer pontes, pre cisamente o que acontece com as T IC na inclusão dos alunos com NEE nas nossas escolas. Reconhecemos nas técnicas de informação e comunicação uma espécie de enc antamento por parte dos alunos, com o s quais podemos trabalhar , realizar progressos e por vezes dar continuidade a um trabalho já iniciado no ceio familiar . Sabemos que as situações, mais crí ticas , da vida destas crianças passa pela entrada na escola . É uma rutura entre o aconchego do lar e uma nova comunidade de acolhimento . Onde e como poderá a tecnologia ajudar ? Dando como exemplo uma criança /jovem invisual podemo-nos socorrer de um software chamado DOSVOX – Programa DOSVOX ( http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ [http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/] ) que se tem vindo a desenvolver desde 1993 . Conheces ? Explora-o, vais ver como é interessante! Rosalinda Lourenço Nº 55344

Programa TICO

Neste momento já todos somos capazes de justificar as potencialidades da utilização das TIC aplicadas às NEE mas, será que temos as ferramentas necessárias para encetar esta nova etapa?

Em jeito de pré-reflexão convido-vos, a todos, a partilhar a vossa opinião.

No meu caso, as TIC funcionam quase como um admirável mundo novo proporcionando descobertas constantes. No decorrer das minhas pesquisas deparei-me com novas ferramentas que decidi partilhar convosco

O programa TICO é uma aplicação informática gratuita, dedicada à criação de tabuleiros de comunicação interativa, podem pesquisar sobre o projecto em [http://www.proyectotico.es/wiki/index.php/Inicio] http://www.proyectotico.es/wiki/index.php/Inicio [http://www.proyectotico.es/wiki/index.php/Inicio]

QuickPics é outro software livre para desenvolver quadros de comunicação e linguagem. O programa permite tabuleiros básicos e complexos, conforme as necessidades da criança. Os gráficos estão incluídos no programa e são pesquisáveis ​​por palavra-chave. Os gráficos são coloridos e de histórias interessantes. [http://www.patrickecker.org/quickpics.htm] http://www.patrickecker.org/quickpics.htm [http://www.patrickecker.org/quickpics.htm]

Se possível visitem , Do2learn , trata-se de uma página que disponibiliza recursos para indivíduos com NEE.

Boas reflexões

Helena Costa

Ip - fcar

A escola dos nossos dias ...

As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Isto inclui crianças com deficiências, e sobredotadas, crianças da rua e crianças trabalhadoras, as crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginalizados(UNESCO, 1994:3).

Uma escola tão diversa e multicultural como a dos nossos dias, que tem como filosofia incluir todos, de forma a assegurar-lhes a igualdade de oportunidades, deve utilizar todos os recursos de que dispõem sejam estes humanos, materiais e/ou técnicos, como instrumentos cruciais para alcançar o seu fim.

As novas tecnologias podem contribuir para incluir e melhorar significativamente a vida do ser humano, de todos os alunos e, em particular, do aluno que apresenta algum tipo de necessidades educativas especiais, apresentando-se como facilitadoras das rotinas diárias e das aprendizagens, através, por exemplo, do incremento da autonomia (Lei de Bases de Prevenção e de Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, Lei n.º 9/89 de 2 de Maio [x-apple-data-detectors://0] ).

No entanto, não podemos esquecer que o papel/atitude do professor é fundamental para o sucesso de qualquer mudança educacional, nomeadamente para o processo de construção de uma escola inclusiva, uma vez que “nada ou ninguém é mais importante para a melhoria da escola que um professor; a mudança educacional depende do que os professores fazem e pensam” (Warwick, 2001:115).

Luísa Martins

Aluno n.º 2994

A má inclusao

Não pode haver educação inclusiva sem educação especial, sem professores e técnicos suficientes para assegurar "… a recuperação e integração sócio-educativas dos indivíduos com necessidades educativas específicas" (LBSE, 1986), como verificamos com a notícia "Ensino especial em ruptura. Um técnico pode cuidar de 97 alunos" (Rádio Renascença, 03 de Novembro, 2015)O problema reside na "inclusão" da economia, ou da vertente economicista, em demasiados aspetos da nossa vida, que devem ter o humanismo na sua génese, como a educação e a saúde. Estas áreas têm sido sucessivamente espoliadas e desvalorizadas em prol de interesses económicos obscuros e personagens corruptas (escolas e hospitais privados, que subsistem à custa do Estado e dos nossos impostos).

Paradoxalmente, ao querer poupar gastos com instituições públicas, o Estado paga a instituições privadas para que o substituam, como referem Crisóstomo e Semedo (2010), relativamente à saúde, "... os dados disponíveis mostram que o Estado já financia mais de metade da prestação privada, incluindo medicamentos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e outros cuidados de saúde".

Financia, com o nosso dinheiro, claro. E nós temos de pagar cada vez mais por serviços de menor qualidade, tanto nas instituições públicas como nas privadas: "No que diz respeito à despesa das famílias, em 2012 e 2013, “as famílias financiaram, principalmente, os prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (41,1% em 2012 e 40,3% em 2013), as farmácias (26,5% em 2012 e 24,7% em 2013), os hospitais privados (14,3% em 2012 e 14,9% em 2013)..." (Carriço, 2015).

Na educação a situação é semelhante, refere Leal (2013), com o "... financiamento estatal, de muitos milhões de euros, pagos por todos os contribuintes, de 81 colégios privados. Estes estabelecimentos, construídos de norte a sul do país, encontram-se, muitas vezes, ao lado de escolas públicas" que se encontram a funcionar abaixo da sua capacidade. Por outro lado verifica-se uma "...teia de cumplicidades que abrange ex-governantes que, depois de exercerem os cargos, passaram a trabalhar para grupos económicos detentores de muitos desses colégios, ou ex diretores regionais de educação que fundaram depois colégios que são pagos com o dinheiro dos contribuintes”.

Por vezes esquecemos que estas instituições têm como objectivo principal o lucro, no entanto operam em áreas nas quais a ética deve guiar todas as ações, o que não se verifica. E todos conhecemos alguns exemplos, desde colégios que fornecem respostas a exames, a hospitais que vendem, a 20 euros, vacinas com custo superior a 90. Como é isto possível num estado de direito?

Aconselho vivamente a leitura dos artigos referidos.

Carriço, M. (2015). Despesa com saúde volta a subir ao fim de quatro anos. acedido em http://observador.pt/2015/07/23/despesa-com-saude-volta-a-subir-ao-fim-de-quatro-anos/ [http://observador.pt/2015/07/23/despesa-com-saude-volta-a-subir-ao-fim-de-quatro-anos/]

Crisóstomo, S. e Semedo, J. (2010). Saúde: pública ou privada, para todos ou para alguns? acedido em http://www.acomuna.net/index.php/contra-corrente/2938-saude-publica-ou-privada-para-todos-ou-para-alguns [http://www.acomuna.net/index.php/contra-corrente/2938-saude-publica-ou-privada-para-todos-ou-para-alguns]

Leal, A. ( 2013) referida em Crato paga 154 milhões a colégios privados enquanto encerra escolas públicas. acedido em http://www.esquerda.net/artigo/crato-paga-154-milh%C3%B5es-col%C3%A9gios-privados-enquanto-encerra-escolas-p%C3%BAblicas/30125 [http://www.esquerda.net/artigo/crato-paga-154-milh%C3%B5es-col%C3%A9gios-privados-enquanto-encerra-escolas-p%C3%BAblicas/30125]

Rádio Renascença. ( 2015) Ensino especial em ruptura. Um técnico pode cuidar de 97 alunos. acedido em http://rr.sapo.pt/noticia/3845/cenario_bastante_grave_confirmado_no_ensino_especial [http://rr.sapo.pt/noticia/3845/cenario_bastante_grave_confirmado_no_ensino_especial]

Helena

Nova personagem da rua Sésamo

Mais uma vez, a tecnologia de informação e comunicação permitiu-me aceder a esta maravilhosa notícia, e é através dessa mesma tecnologia que vos repasso o seguinte.

Muitos de nós conhecemos a Rua Sésamo. Alguns de nós cresceram com ela. Todos nós temos interesse nas Necessidades Educativas Especiais, uns em particular pelo autismo.

“Tem cabelos cor de laranja, grandes olhos verdes, um sorriso desenhado no rosto e tem autismo. Chama-se Júlia e é a nova personagem da Rua Sésamo .

Júlia faz parte da iniciativa Sesame Street and Autism: See All in Amazing Children [http://autism.sesamestreet.org/] ”, que está disponível online e através de uma aplicação para tablets e smartphones . O objetivo é mostrar “o que todas as crianças têm em comum e não as suas diferenças”.

A iniciativa que criou a nova amiga de Elmo e Abby faz parte do Sesame Workshop, o programa educacional da Rua Sésamo feito em parceria com 14 instituições que quer tornar mais fácil a procura de informações sobre o autismo.

“As famílias com crianças autistas tendem a gravitar entre conteúdos online e por isso decidimos criar a Júlia em versão digital. Queremos que pais e crianças compreendam que o autismo não é um tema desconfortável” , explica Sherrie Westin , vice-presidente executiva da área dos impactos globais e filantropia da organização sem fins lucrativos. “ Aos cinco anos, quando se vê outra criança que não fixa o olhar em nós, podemos pensar que essa criança não quer brincar. Mas não é esse o caso” , continua.”

Eis um caso prático de inclusão e de informação. Os criadores desta ideia procuraram combater a (in)diferença, mostrando-a a todos. Para além de falarem e incluírem uma personagem diferente nos desenhos animados, ainda tiveram o cuidado de acabar com outro estigma para além do rótulo “autista”, pois a personagem é do sexo feminino. Ainda existe muito a ideia de que o diagnóstico de autismo apenas é feito em rapazes, mas não é verdade. Estes apenas apresentam uma maior taxa de incidência, em relação às raparigas.

Convido-vos a explorar o “Sesame Street and Autism”, onde para além de poderem conhecer a Julia, podem utilizar os diversos materiais disponibilizados (cartões de rotinas diárias, histórias) e ainda consultar informação sobre a temática.

Na minha opinião, um excelente recursos para todos, pais, alunos, técnicos e educadores.

Links importantes:

[http://www.espalhafactos.com/2015/10/27/rua-sesamo-julia-nova-personagem-autismo/] http://www.espalhafactos.com/2015/10/27/rua-sesamo-julia-nova-personagem-autismo/ [http://www.espalhafactos.com/2015/10/27/rua-sesamo-julia-nova-personagem-autismo/] - Notícia integral

[http://autism.sesamestreet.org/] http://autism.sesamestreet.org/ [http://autism.sesamestreet.org/] - Sesame Street and Autism

Telma Filipa Lopes, a39980

O que é a inclusão

“O que é a Inclusão?

"Há palavras que exprimem, em certos momentos, o “espírito do tempo”. A palavra “inclusão” é uma delas. Praticamente desconhecida há uma década atrás, “inclusão” assumiu uma presença cada vez mais frequente nos discursos educacionais, sociológicos e políticos.

A palavra tornou-se de tal maneira comum que extravasou o seu significado social de forma que hoje é possível encontrar restaurantes com “menus inclusivos” (aqueles em que está tudo incluído…) e até “bagagem inclusiva” (talvez aquela que pode levar todos os pertences do seu proprietário). A palavra "inclusão" tornou-se quase imprescindível no discurso político, usada da direita à esquerda ainda que, certamente, com significados muito diferentes. Por causa disso a palavra sofreu uma enorme erosão e desgaste fruto do seu uso tão frequente e também pelas muitas ambiguidades que nela se acolitavam.

Quando a palavra surgiu nos campos da Educação, da Sociologia e da Política, apareceu para designar algo novo, uma evolução, uma alternativa à palavra “integração”. Entendia-se, para justificar esta mudança, que “integração” tinha um significado muito conotado com uma estrutura social que se mantém incólume e impávida enquanto algo ou alguém se pretende “integrar” nela. Em países francófonos utilizou-se por exemplo a expressão “adaptação escolar” com a mensagem implícita que quem tinha de se adaptar à escola era o aluno e assim absolvendo a escola de fazer qualquer movimento que facilitasse a sua integração. A palavra “inclusão” apareceu para assinalar outra visão, surgiu com a ideia que não é só o indivíduo que tem de procurar e se integrar na sociedade/ comunidade/escola mas que estas estruturas têm pelo seu lado de se modificar, de se aproximar do individuo. Não é pois correcto colocar todo o ónus da inclusão na actuação do indivíduo, dado que a inclusão é um processo interactivo, e assim sendo, tem que ser avaliado em duas dimensões: o que é que o indivíduo pode fazer para se incluir e o que é que o “lugar da inclusão” faz para o incluir.

Sendo oriunda sobretudo de países anglo-saxónicos, a palavra “inclusão” encontrou inicialmente algumas resistências em países latinos. Não faltaram vozes que diziam que inclusão era “fechar uma coisa dentro de outra coisa” e que, por isso, era um termo desadequado. Estas leituras foram sendo abandonadas e outros significados e conotações de inclusão começaram a ser usados tais como “envolvimento”, “abrangência”, “compreensão”.

Mas o que significa estar incluído? O que não significa, certamente, é estar “encerrado” ou “contido”, em suma “obrigado” a pertencer a uma estrutura que não se pediu filiação nem se deseja integrar. Estar incluído numa estrutura indesejada seria até o contrário de inclusão: seria uma violência. Na verdade, todos nós gostaríamos face a um grupo com o qual profundamente discordamos de afirmar “Incluam-me por favor fora do vosso grupo”. Mas a inclusão não se pode conceber só como “estar fora”. A inclusão deve ser a possibilidade, a virtualidade ou a realidade de “pertencer”.

Gostaria de realçar dois aspectos afirmativos que pertencem a esta arquitectura de “pertença” do conceito de inclusão: o primeiro é que estar incluído é antagónico a estar excluído. Quer dizer que a inclusão se constitui antes de mais como uma trincheira de combate à iníqua e epidémica exclusão que existe nas nossas sociedades. Exclusão devida à desigualdade social, às condições de deficiência, exclusão justificada pela inteligência, pelo dinheiro, pelo nascimento e até pelo género. Inclusão é pois, e antes de mais, o oposto, o antídoto e a convocatória para lutar contra a exclusão. Em segundo lugar, “estar incluído” é ser bem-vindo aos serviços, instituições, grupos e estruturas que podem interessar ao desenvolvimento, à participação, à cidadania e à actividade humana de cada pessoa. E aqui existe um enorme campo de progressão que as estruturas sociais têm de fazer para que cumpram a parte que lhes compete na inclusão. Precisamos que as pessoas não sejam barradas por preconceitos, por barreiras, por atitudes afectadas, pela defesa patética dos valores da instituição à custa dos valores das pessoas. Precisamos que a inclusão esteja na linha da frente da missão que as estruturas da nossa sociedade têm que concretizar.

Inscrever a inclusão nas prioridades da missão das instituições não é mais do que regressar à verdadeira causa pelas quais elas foram criadas. Vejamos exemplos: quando se criaram as escolas não foi dito, por exemplo, que elas deveriam ser só para alunos sem deficiência; quando se criaram os hospitais não se disse que eles eram só para quem tivesse dinheiro; quando se criaram os transportes públicos até lhes foi dado o nome de “omnibus” (“para todos”). Portanto, pensar em inclusão é “limpar” todas as pequenas alíneas, atitudes, normas e condicionamentos que impediram perversamente que as instituições sociais cumpram aquilo para que foram criadas.”

(publicado no Jornal “Público” online, da autoria de David Rodrigues, professor universitário e presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação especial)

Tatiana Ramos, nº 44527